segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A importância da agricultura de base familiar para a Segurança Alimentar.


Podemos definir reforma agrária como um sistema em que ocorre a divisão de terras, ou seja, propriedades particulares (latifúndios improdutivos) são compradas pelo governo a fim de lotear e distribuir para famílias que não possuem terras para plantar. Dentro deste sistema, as famílias que recebem os lotes, ganham também condições para desenvolver o cultivo: sementes, implantação de irrigação e eletrificação, financiamentos, infra-estrutura, assistência social e consultoria. Tudo isso oferecido pelo governo.(INCRA/ 1998)

De acordo com Geraldo Barros(Jullho/2006), a agricultura brasileira tem sido costumeiramente subdividida dicotomicamente de acordo com características sócio-econômicas e tecnológicas. Ao longo do tempo tem-se distinguido a agricultura de subsistência, ou a pequena agricultura, ou agricultura de baixa renda da agricultura comercial ou empresarial. Mais recentemente a dicotomia passou a caracterizar-se em termos de agricultura familiar e patronal. Para Abramovay(2001), a agricultura familiar não emprega trabalhadores permanentes, podendo, porém, contar com até cinco empregados temporários.Já a agricultura patronal pode contar com empregados permanentes e/ou temporários.
Homem de Melo(2001) operacionaliza o conceito de agricultura familiar, como as propriedades com menos de 100 hectares. Com isso, englobam-se nessa categoria as chamadas agricultura de subsistência, a pequena produção, ou campesinato. Para o INCRA, a agricultura familiar atende a duas condições: a direção dos trabalhos do estabelecimento é exercida pelo produtor e o trabalho familiar é superior ao trabalho contratado.
De acordo com seu estudo, Homem de Melo aponta dados do Censo Agropecuário de 1995/96 que identificou a existência de 4.859.865 estabelecimentos agropecuários no Brasil, com uma redução de 17% do censo do ano 1985.Trata-se de fato deveras preocupante que num país que assenta novos possíveis agricultores, tenha perdido numa década contingente tão expressivo de produtores rurais.
O Censo Agropecuário 1995/96 indica, segundo Homem de Melo, que a agricultura familiar - correspondia a 89,3% ou 4.339.859 dos estabelecimentos, considerados agricolas ou agricultáveis.
Na agricultura brasileira mais de 60% da produção de insumos são: amendoim, batata, cebola, feijão, fumo, mandioca, sisal, tomate, uvas, suínos, frango, cacau, café e leite.
A agroecologia e a permacultura são conceitos trabalhados na agricultura familiar e fundamentais para a segurança alimentar brasileira e mundial, para o combate direto nas perdas muito intensas da biodiversidade, erosão genética, extinção de espécies, controle do aquecimento global e da destruição causada por mudanças climáticas acentuadas; democráticos: a participação popular tem sido mais intensa no associativismo agroecológico, com mutirões e pesquisas participativas.
Porem agricultura familar não pode servir apenas como um fator importante na geração de renda, o chamado “capitalismo verde”, sendo fundamental na melhoria da qualidade de vida, e isto significa, que é necessário estudar-se novos valores e hábitos que possam ser utilizados em uma alimentação mais saudável e nutritiva. Os alimentos agroecológicos chegam a ter 10.000 vezes mais vitaminas, sais minerais, oligoelementos, enzimas e coenzimas que os convencionais ou produzidos apenas agroquimicamente.
É inegável, portanto a relevância da agricultura familiar na agropecuária brasileira.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Ecogastronomia


Eco gastronomia significa :
"A atitude capaz de combinar respeito e interesse na cultura enogastronômica, com o apoio daqueles que lutam para defender os alimentos e a biodiversidade no mundo." Petrini(2002) e membros do slow food.

Receita da semana:
Sopa de Melão com Hortelã
(Uma sopa fria e refrescante! Colocando os melões na geladeira, pela manhã, já estarão bem gelados na hora do jantar).

Curiosidades:

De acordo com Felipe do Cur_fruta(2005)
O melão é um Alimento rico em vitamina A, todo complexo B, C, cálcio, ferro e fósforo.
Possui também alto conteúdo de celulose.

Recomendado nos casos de gota, reumatismo, colite, prisão de ventre, artrite, obesidade, afcções renais, cistite e nefrite.

Cucumis Melo L. :
Originário do Oriente Médio, obteve sucesso no plantio nas variadas regiões semi-áridas do mundo, criando assim variações da fruta.
A cada 100 gramas de melão:
31 kcal
0,85 g de proteina
0,15 g de gordura

A hortelã é refrescante, estimula o aparelho digestivo e tem propriedades anestésicas, além de combater o colesterol; de origem africana, hortelã é a designação comum para toda planta do gênero Mentha.

Ficha Técnica - porção 4 pessoas.

2 melões
suco de 1 limão
4 colheres de sopa de folha de hortelã
2 colheres de açucar mascavo
raminhos de hortelã e flores silvestres para enfeitar.

modo de fazer:
Corte os melões ao meio, fazendo ondas, depois retire a poupa e as sementes.
Processe a poupa do melão, com o suco de limão, as hortelãs e o açucar até que vire uma mistura lisa e uniforme.
Derrame a sopa nas 4 metades separadas do melão.

Variação:
Eu prefiro o sabor do melão-da-Amazônia para esta sopa de fruta, mas nada impede que os outros sejam usados. Uma variação interessante é a ultilização do vinho Chardonay gelado e branco, no momento do processo da poupa, seu sabor amadeirado combina muito com o sabor do melão.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Segurança Alimentar e Nutricional - a importância para o Brasil.


Ter acesso a Segurança Alimentar significa garantir condições de obtenção, ou produção de alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente, com base em práticas alimentares saudáveis, buscando um contexto de desenvolvimento integral da pessoa humana.

Esta é a definição mais vigente de Segurança Alimentar, no Brasil, construída por ocasião da elaboração do documento brasileiro para Cúpula Mundial de Alimentação, por representantes do Governo e da Sociedade Civil.
O direito a alimentação é um direito do cidadão, e a Segurança Alimentar e Nutricional é um dever da Sociedade enquanto estrutura organizacional e do Estado.
É necessário uma estratégia de Segurança na produção e consumo democrático de alimentos, que deve ser autônoma da lógica do capitalismo selvagem e da produção padronizada de commodities, para país considerado - capitalista periférico, que trata a questão alimentar como objetivo de lucro, e não pelo direito da democratização do acesso.
A dominância dessa lógica capitalista sobre o sistema agro alimentar gera uma homogeneização global do hábito alimentar, contribuindo simultaneamente para a perda da diversidade genética dos cultivos locais e da diversidade cultural das populações cultivadoras, cujo o contexto se relaciona com formas próprias e diversas de produção. Tal processo de homogeneização agro alimentar leva a um duplo empobrecimento: cultural e biológico/genético.
Atualmente, segundo PADILLA (1991), o modelo do consumo alimentar nas sociedades ocidentais possuem três características principais: o ajuste quantitativo em função das necessidades fisiológicas, a importância dada a qualidade do alimento e a generalização da preferência por alimentos industrializados. Desenvolvendo novos produtos, com a ajuda da publicidade e das estratégias da distribuição, a industria contribui fortemente para a mudança dos hábitos alimentares. Assim, a dinâmica entre a oferta e a demanda é também uma característica do modelo de consumo agro - industrial na medida em que uma determina a outra.
Sendo importante o investimento nos agricultores, em sua diversidade social e ecológica, buscando condições de produção e processo sem a dependência do complexo industrial; e o investimento nos consumidores, para a valorização dos alimentos processados e produzidos pôr agricultores locais, com qualidade e certificações.
GREEN(1986), num estudo sobre consumo de alimentos no Brasil, México e Venezuela, concluiu que a demanda mudial apresenta tendências contraditórias, traduzindo as diferentes dimensões do mercado internacional, expressa por uma certa homogeneização e pela manutenção de modelos alimentares nacionais.
Numa outra estância, a Segurança Alimentar está diretamente vinculada à qualidade dos alimentos e as formas de apropriação do território para a produção.
A industria vem adicionando aos alimentos uma infinidade de aditivos químicos, agrotóxicos (alem de adubos químicos utilizados na nutrição das plantas) que causam perdas de qualidade biológica, e gera um impacto enorme no gasto de energia (petróleo) para viabilização de um produto, que vai da produção à comercialização, criando um balanço energético deficitário.
BELIK(2003), questiona se é possível falarmos de segurança alimentar e segurança energética, mostrando a dificuldade que temos de trabalharmos com as duas questões atualmente.
Nos levando a pensar numa produção autônoma articulada com o desenvolvimento de métodos ecológicos de apropriação, produção e circulação de alimentos. Visando assim o fim da desigualdade da distribuição dos recursos, e qualidade alimentar para todos na mesa.
Dimensionando o desenvolvimento social e os direitos humanos, do respeito a vida e a dignidade, a valorização do saber tradicional das populações pelas formas alternativas de produção, junto a valorização do alimento, como produto e dieta alimentar, conforme a cultura, hábitos e tradição.